Gosto de abraços. Mas de abraços apertados e demorados mesmo, nos quais dá para sentir ou ter a mínima idéia da pulsação daquele que te aconchega nos braços. Sou uma eterna viciada em sorrisos. Em dentes expostos. Em cantos de boca. Tal como, me vicío e assumo completamente a função de romancista. Das menos experientes, das mais atrevidas.
O amor me consome. Acompanhado de uma trilha sonora desconhecida. Sou o doar, o ser, o fazer e (em todas as circustâncias) o sentir. Sou sentimento e sou vento. Descombinados. Brisa fresca, luz de luar. Pensamentos acumulados. Que pulam para fora de mim e tentam, fracassadamente, dar sentido as coisas. Sou completamente sem sentido.
E desvio. Sou o desvio. Temo olhares e imploro por eles. Lacrimejo por insegurança. E meus olhos falam muito mais por mim, do que eu tenho a dizer. Me entrego. E sou constantemente entregada pelos meus sentidos! E principalmente pela, já não ocasional, falta deles.
Tenho cobertores quentes. Escuto rock antigo. Ando pela rua e é como se fosse só eu.. e comigo. Tenho medo, e coleciono frustações. Agradeço. Aprendi a dizer, mas temporariamente tenho dificuldade de aceitar o não. Sou positividade deprimida. Sou corrida sem chegada. Sou alegria, alegria, alegria. Alguns cartões postais e uma boa camisa.
Gravo tudo muito fácil. Números de telefone, matérias, dizeres e especialmente, cenas. Sou especialista no ato de gravar cenas. Recordo-as com impressionante frequência e me lembro que esquecer é tão fácil quanto.
Sou intransitiva. Gritando por um objeto! Compasso torto, lápis quebrado. Mas daqueles que fazemos a ponta com canivete e dá para o gasto! Não sou boa em exatas. Justamente porque não sou uma. Inexistente, experimental e mutante. Leio muito mais do que com os olhos. Pena que não possa ver. Falo muito mais do que com a boca, e não meço meus gestos. Sou determinada. Específica. Errata.
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