domingo, 19 de setembro de 2010
Eu por mim.
O amor me consome. Acompanhado de uma trilha sonora desconhecida. Sou o doar, o ser, o fazer e (em todas as circustâncias) o sentir. Sou sentimento e sou vento. Descombinados. Brisa fresca, luz de luar. Pensamentos acumulados. Que pulam para fora de mim e tentam, fracassadamente, dar sentido as coisas. Sou completamente sem sentido.
E desvio. Sou o desvio. Temo olhares e imploro por eles. Lacrimejo por insegurança. E meus olhos falam muito mais por mim, do que eu tenho a dizer. Me entrego. E sou constantemente entregada pelos meus sentidos! E principalmente pela, já não ocasional, falta deles.
Tenho cobertores quentes. Escuto rock antigo. Ando pela rua e é como se fosse só eu.. e comigo. Tenho medo, e coleciono frustações. Agradeço. Aprendi a dizer, mas temporariamente tenho dificuldade de aceitar o não. Sou positividade deprimida. Sou corrida sem chegada. Sou alegria, alegria, alegria. Alguns cartões postais e uma boa camisa.
Gravo tudo muito fácil. Números de telefone, matérias, dizeres e especialmente, cenas. Sou especialista no ato de gravar cenas. Recordo-as com impressionante frequência e me lembro que esquecer é tão fácil quanto.
Sou intransitiva. Gritando por um objeto! Compasso torto, lápis quebrado. Mas daqueles que fazemos a ponta com canivete e dá para o gasto! Não sou boa em exatas. Justamente porque não sou uma. Inexistente, experimental e mutante. Leio muito mais do que com os olhos. Pena que não possa ver. Falo muito mais do que com a boca, e não meço meus gestos. Sou determinada. Específica. Errata.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
“Inacreditável seria aceitar um turbinado de emoções que invadia meu peito, e o transtornava numa queda intransgísivel. Que me consumia por inteiro, e que me fazia sentir dor. Que me jogava de um pequeno parapeito, para uma grande treva, e que me dominava por inteiro, esquecendo-me do que eu era.”
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Soluço.
Nunca me encaixei. Não que esse tenha sido meu propósito desde o início, de fato, mas na verdade soluçava dentro de mim uma vontade gigante de ser diferente. O fiz.
Você sabe, ah, tão bem você sabe, que se é brilho labial que você procura dentro da minha bolsa, sinto te informar: Não vai encontrar. Mas cuidado com meus livros! Ou você já se acostumou com o peso da minha mochila devido eles?
Não espere que eu declare amor aos ídolos atuais. Na minha cabeceira só tem Beatles, ora bolas. E eu não vou dançar no ritmo dance de Lady Gaga, por mais sucesso que ela faça... Essa não sou eu.
Não queira me ver na escola. Sou uma ET no seu moletom nerd preto. E com fones de ouvido pulando para fora. Cantarolando as músicas nos corredores, sem me importar que ninguém vá reconhecer a banda.
À tarde, eu não malho com minha calça de ginástica rosa e o meu top fluorescente. Eu fotografo. Entendeu a diferença? Eu caminho.
Eu me perco e nunca me acho. Fico dias sem falar nada e noites gritando por dentro. Não faço a social com quem não gosto. Leio, pesquiso, termino e reescrevo. Amasso, me arrependo e nunca esqueço. Nunca. Minha estrutura não é tão forte quanto aparentemente. E que na verdade, eu não tenho tudo o que eu quero. Me apoio em abismos freqüentemente. Mas já nem ligo. Lá de baixo, vejo as coisas de cima muito melhor!
Não vou negar que sou admirada quando ando na rua. Quantos olhares se curvam diante mim e, oh céus, eu só queria um! É tão difícil entender?
O que eu transbordo por fora, é um mero detalhe diante do que sou por dentro. Um coração fragilizado. Um timbre quase silencioso. Mil fotografias, uma música e uma citação. “Broken. Ass. Coração”